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sábado, 7 de janeiro de 2012

Pessoas da minha vida: Avó B.

Uma das pessoas mais importantes da minha vida foi a minha avó paterna, diria mesmo que ela foi A avó. Infelizmente não conheci a outra, mas sei pela minha mãe que o desejo que ela tinha em me conhecer era enorme. Infelizmente a vida pregou-lhe uma valente rasteira e levou-a 2 meses mais cedo.

Mas falemos da avó B, que é disso que este post fala. Foi A avó e sempre o será. É a minha alma gémea e sei que está comigo desde o dia em que nasci, até ao dia do meu ultimo suspiro quando nos voltaremos a reencontrar. Vai para 6 anos que alguém ma levou, ou que ela se deixou levar, cansada pela vida e com um percurso cheio de alegria, tristezas e muito muito trabalho e sacrificio. em todos estes dias que passaram não sinto que me tenha abandonado, pois de cada vez que me vejo em baixo e a tristeza me persegue surje sempre algo para me tirar lá do fundo, há sempre uma lanterna suspensa no ar que me trás de volta à realidade.
Desde que a M nasceu à 2 anos e meio essa presença está cade vez mais forte. Está presente no tique das mão, na paixão desenfreada por pão, na colocação da mão na cintura e a maneira como diz "ai a minha vida", está no olhar de zanga fingida, nos seus pés calorentos quer faça frio ou sol, chuva ou neve. Estão sempre quentes e nús a pisar o chão frio como o gelo. Gosto de acreditar que uma parte da minha avó B renasceu no dia que a M saiu de dentro de mim.
O tempo não aligeirou a saudade. Ainda no Natal não consegui conter as lagrimas ao ver os videos antigos, ao ouvir de novo a sua voz que tantas vezes me deu conselhos, ralhetes mas também muito incentivo e que principalmente me ajudou a construir os meus sonhos.
Foi a única pessoa que eu fui incapaz de abandonar porque eu era A neta. E uma neta não pode deixar na mão uma avó.
Eu fui A neta. Aquela a quem ela ensinou a ler, aquela a quem sorrateiramente mentiu ao filho e nora para me ir arranjar de um infantario que eu odiava, aquela que me dava leite achocolatado todas as tardes, aquela que tantas vezes cozinhou arroz de ervilhas, ovos e salsichas por mimo, aquela aquem limpou as lagrimas, aquela que em plena adolescencia abria mão das tardes na praia com os amigos para passa-las com ela na mercearia a ajuda-la com as "freguesas". Eu fui A neta e tenho muito orgulho nisso.

Disse-lhe vezes sem conta o quão importante era na mminha vida. Ela sempre o soube. Eu sei o quão importante fui para ela. Isso basta-nos a ambas. Esta relação perdura e nada nem ninguém poderá limpar e aliviar as lagrimas que verto de cada vez que falo ou escrevo sobre ela. Eu e ela, ela e eu. eramos uma até ela partir. Agora sou só metade de mim.



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